Por: Luiz Gastão Gumy
De propriedade
do Sr. Romão Wansovski, esta ferraria funcionou por muitos anos, no final da
Rua Conceição próximo a chácara de Hugo Capraro e mais tarde é transferia para
a Rua Conceição
Hoje vou falar
sobre seu filho Antônio Romão Wansovski e os seus 52 anos de atividade nesta
função.
Antônio Romão Wansovski (Toni), filho de Romão
Wansovski e de Dª Maria Klimionte Wansovski, nasceu em Palmeira em 02/02/1937.
Em 1952 com 15 anos de idade começou a trabalhar na ferraria ajudando seu pai,
Ali eram fabricadas carroças sob encomenda tanto do pessoal da cidade como do
interior que não tinham automóveis e precisavam trazer suas safras para a
cidade. Junto ao seu pai conseguiam produzir quase que 2 carroças por semana, e
não apenas carroças mas também eram fabricados grades, aterradores, arados,
carpideiras e outros implementos agrícolas. Prestavam serviços para os Russos
Brancos (Santa Cruz) que vinham acompanhar de perto os serviços do Antônio
montando acampamento no terreno ao lado da ferraria, e ali consumiam todos os
dias em que ficavam aguardando, grande
quantidade de broa e água corrente que traziam em garrafões, eles não tomavam
água de poço. Para se emendar “caldear” uma chapa, havia uma máquina que
deixava as chapas redondas, abria-se uma fresta em cada ponta que após serem
bem encaixadas colocava-se em fogo alto
e sob uma bigorna batia-se bem até derreter-se e dar sua liga definitiva. O
mais difícil era o processo de “puxar chapa” fazia-se um circulo no chão com nó
de pinheiro, no meio colocava-se os arcos, sob um fogo intenso vermelhava-se em
alta temperatura e na hora de bater as chapas tomava-se o cuidado de não
queimar a roupa usando-se um avental especial para rebater as fagulhas de ferro
quente. Em seguida esse arco quente era colocado na roda de madeira e
imediatamente depositada em um tanque de água proporcionando assim um ajuste
completo e seguro da chapa com a roda pois com esse processo térmico do calor
com o frio a chapa diminuía de tamanho e se ajustava fortemente às quais
rodavam por muitos anos.
Ali eram fabricadas 2 modelos de carroças que se
diferenciavam assim: Na carroça Alemã as tábuas laterais eram pintadas de verde
e as varetas de vermelho, na carroça Polonesa as tábuas eram pintadas de
amarelo e as varetas de verde.
Contou que certa vez recebeu de um alemão de
Witmarsum a maior encomenda de todos os tempos (200 carroças para serem levadas
para o Maranhão), e como o Alemão deu um prazo para a entrega dessas carroças,
foi obrigado a dividir os serviços com outros ferreiros pois, na época existiam
em nossa cidade mais ou menos 12 ferrarias. Toni disse que foi uma época de
ouro para os ferreiros da cidade. Também chegavam a mandar para fora do
município muitos arados e vários outros implementos agrícolas para o Noroeste
do Paraná. Em 1972 as encomendas fracassaram e ele começou a trabalhar com
consertos de carrocerias de caminhões e carretas, sempre desempenhando bem os
seus serviços e agradando os motoristas. Toni faleceu recentemente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário