Por: Luiz Gastão Gumy
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Para a nossa juventude que não
chegou a conhecer o produto palhão ou fábrica de palhões, escrevo hoje sobre
este assunto.
De
propriedade do Sr. Luiz Capraro, nascido em Palmeira em data de 21/10/1904, era
casado com a Srta. Eunice Agner de Oliveira Capraro, ele de origem Italiana e
ela de origem Portuguesa, trabalhava com o comércio de ferragens e bebidas.
Com
o passar dos tempos, aproximadamente em 1945 o Sr. Luiz resolveu montar uma
fábrica de palhões na Rua Vicente Machado um pouco abaixo do antigo clube
Operário, sob nº de Alvará. A matéria prima (palha) era transportada em grandes
quantidades de várias localidades do interior do nosso município. Esta palha se
originava do trigo e do centeio que normalmente deveriam ser queimadas na
lavoura ou deixada no terreno para apodrecer e servir como adubo. Além do
lavrador colher os grãos deste produto, vendia a palha para ter um ganho extra.
Assim, várias carroças eram mobilizadas no sentido de transportar esta palha para
a fábrica em Palmeira, à qual destinava-se a fazer embalagens, esteiras para
exportação de bananas e capas para embalagens de garrafas. As esteiras eram
transportadas pelos seus motoristas Srs. Gilberto Martins (Betão) e João
Breginski até o litoral de São Paulo e as capas para garrafas viajavam até
Minas Gerais. Aproximadamente 30 funcionários chegaram ali trabalhar.
Esta
palha era costurada em máquina especial, às quais lhes davam o formato perfeito
para encaixe da garrafa, que assim ficavam protegidas quando embaladas. Sua colheita era feita manualmente e depois
de malhadas, os feixes eram trazidos e vendidos para as fábricas de palhões.
Depois, o produto final era transformado em fardos e transportados por carroças
até a estação de trem para serem embarcadas para os destinos acima citados.
Esta
fábrica encerrou suas atividades no ano de 1975 pelo motivo de hoje as garrafas
serem acondicionadas em engradados especiais de plástico o que era antes de
madeira. Os produtos foram substituídos por outros de maior eficiência.
Aqui
em nossa cidade havia mais uma destas fábricas de palhões, instalada no antigo
terreno da Cariri, hoje agência de Automóveis do Sr. Marcos da Silva, pertencia
ao Sr. Felix Pianowski.
Luiz
Capraro faleceu em 25/02/1972 e deixou dois filhos: Luiz Carlos Capraro
(Carlito) e Maria Capraro Brostolim.
O carroceiro
da esquerda é o Sr. José Féti e o da
direita é o Sr. Arthur Dama. No meio está o Sr. Luiz Capraro com seus dois
Filhos.
Gostei da reportagem, a qual faz parte de minha infância, até meus onze anos morávamos em uma casa de madeira na Vicente Machado próximo a esta fabrica, soltando pipa com meu pai ao redor, também jogando bola.
ResponderExcluir,Meu Pai Rozel Corsi era o contador responsável desta empresa, desde os 11 anos de idade.
No tempo que moramos neste local muitas vezes presenciei meu pai o qual todo o mês fazia o pagamento das mulheres que operavam as maquinas e costuravam a palha que depois virava fardo.
Nota: Quando meu pai se deslocava do escritório e distribuidora de bebidas Capraro, na rua Conceição ao lado do Bar do Schutz, chegando na fabrica na rua Vicente Machado, era só alegria das operadoras.